Manter ou plantar árvores nas pastagens traz benefícios para o solo e melhora a qualidade da forragem para os animais. O silvipastorismo é um sistema de agrofloresta que consiste na gestão simultânea de árvores, pastagens e animais em uma mesma área. Os cultivos arbóreos podem ser frutíferos, madeireiros ou leguminosos. E é uma complementação de renda à atividade principal. É o caso de plantios de coqueiro, seringueira, dendê, eucalipto, entre outros. Mais árvores, mais sombras, que dão conforto e abrigo aos animais quando as temperaturas estão extremas. A sombra influencia os hábitos de pastejo dos animais, permitindo distribuição mais apropriada da ruminação durante o dia e garantindo mais tempo para descanso.
As árvores controlam a erosão causada pelos ventos, que tem sua velocidade reduzida. A cobertura vegetal do solo é preservada e a evaporação da umidade é menor. Com a presença de árvores, o impacto da chuva na superfície é reduzido, a infiltração de água aumenta e um adequado nível de matéria orgânica é mantido. A arborização de pastagens proporciona vantagens, principalmente se forem utilizadas forrageiras tolerantes ao sombreamento, em solo de baixa fertilidade natural, e leguminosas arbóreas que tenham a capacidade de fixar nitrogênio do ar atmosférico, em densidade que permita apenas o sombreamento moderado da pastagem.
Algumas espécies de árvores, principalmente as leguminosas, adicionam quantidades expressivas de nitrogênio ao solo da pastagem. Os nutrientes das camadas mais profundas do solo são transportados para a superfície, onde se encontra a maior parte das raízes das gramíneas.
A luminosidade decorrente das sombras das árvores pode contribuir para diminuir a produção de forragem, variando pelo tipo de pastagem, das condições ambientais e do manejo utilizado. Em pastagens nativas, a redução na densidade de árvores resulta em maior produtividade da pastagem. Em pastagens cultivadas em solo com baixo nível de nitrogênio, com forrageiras tolerantes ao sombreamento, a produção de forragem pode ser favorecida.
A arborização em pastagens cultivadas concorre para aumentar os teores de proteína na forragem, portanto, as árvores podem ajudar na recuperação de pastagens degradadas, uma vez que deficiência de nitrogênio é uma das principais causas da degradação de pastagens.
A associação de árvores com árvores deve levar em conta várias características das espécies, visando a bons resultados: Crescimento rápido; adaptação ao ambiente e tolerância à seca, geada ou encharcamento do solo; capacidade de fornecer forragem palatável; tolerância ao ataque de insetos e doenças; ausência de efeitos tóxicos aos animais; e, capacidade para fornecer sombra, abrigo e controlar erosão. A seleção de árvores com o maior número possível dessas características é o ideal, no entanto, caso não seja possível, o essencial é que os objetivos da associação sejam alcançados.
Em pastagens formadas com Brachiaria decumbens e B. brizantha, a presença de angico-vermelho, angico-branco, jacarandá-branco, monjoleiro e maria-preta contribui para aumentar a percentagem de proteína bruta da forragem sob suas copas, em comparação à da forragem de área sem árvores.