Por Ti Rei (Reinaldo Pessoa) |||||
A manhã de sábado do dia 19 de outubro de 2024 passava ligeira. Tempo meio que nublado avisando que teria chuvas só à tarde. Caminhões, camionetes, carro com carretinhas chegaram de todos os cantos trazendo animais. Algumas rampas para descarregar colocadas nos arredores da Selaria Sete.
Roupa nova, camisa, lenço, bota, chapéu bonito, cinto, meias. Todas, bem mais de 500 patroas, devidamente paramentadas para a ocasião. Ela Já acostumada nem estranhou o raspe-raspe do jeans que cobria o corpo, nem sentia o peso das botas, como aconteceu há tempos atrás. Tudo melhorou e muito. Quem te viu Mulher, e quem te vê. Sorrindo, pensou. Era outra, diferente. Olhou a imagem pelo grande espelho.
Para amansar aquelas botas, a jovem estava mexendo os dedos, presos dentro do couro novo. Bota recém comprada na Selaria Sete. Mas a cara era dela. Deus abençoa que tava danada de linda, nem queria deixar o espelho.
É agradecer à organização das As Independentes por mais este feito. Só assim para reunir mais de 500 patroas, muito bem traiadas. Tropa da melhor qualidade. E Ela falou: “Trabalho duro para ter a vida que sonho, mas não esqueço de ser feliz com a vida que tenho.”
Elas nunca fazem o uso da violência para levar um animal a aperfeiçoar seus talentos. Elas alternam com pedidos carinhosos e agrado, aumentando os elogios e diminuindo as punições.
… Pais, maridos, noivos, namorados, filhos, amigos, paqueras, funcionários naquela serviçama prazerosa de encabrestar, raspar selar os animais para o sucesso da 8ª cavalgada, mais charmosa, rustica e bruta da região.
Elas cumprimentam como se não encontravam a anos. Elas querem viver o momento único.
Elas são organizadas na hora marcada. As recomendações, as despedidas, pé esquerdo no estribo, passando a perna direita sobre a anca do animal. Sentou na sela colocando o pé direito no estribo, se ajeitando confortável sobre a sela, e, ouvindo o abençoado “Deus acompanhe”, iniciaram a 8ª edição da cavalgada.
E como a vida é um milagre, cavalgar é como ouvir Deus dizer: “Vá, estou com você.”
Tem é Elas! A comitiva foi sendo filmada. A turma se movimentou, sempre seguindo a da frente. Procissão lenta, volteando a Lagoa do centro, recebendo aplausos, largando de banda, o lado de lá, tomando o rumo da Monsenhor Messias.
Feliz foi aquela que no final da Cavalgada conseguiu ouvir os aplausos da própria consciência.
E lá, na saída, algumas da turma de trás, se preparavam para montar. Mas é assim, montadas seguiram fechando a retaguarda. Eram as derradeiras.
Ela montada em um acavalo inteiro. Rédea firme. Mão é na rédea, conduzindo sua montaria, sabedora do que fazia, sem medo, corpo relaxado. Mas fazia imponente sobre o belo cavalo.
E virou tradição, montar com o coração leve, sorriso nos lábios e vontade de espalhar coisa boa por aí.
Cavalos e éguas das mais variadas raças, muitos muares, uai, os burros e as mulas, uai. Coisa de mineiro UAI.
De parabéns as organizadoras e participantes. Foram filmadas, foram fotografadas, foram admiradas. Causaram espanto.