Por Benjamin Salles Duarte, engenheiro agrônomo
As plataformas digitais na agropecuária, estratégicas e indispensáveis, são ferramentas avançadas na gestão dos estabelecimentos rurais e somando 5,074 milhões no Brasil, dos quais 607,4 mil em Minas Gerais, e ocupando uma área total de 351,28 milhões de hectares com culturas e criações nas diversas regiões brasileiras (IBGE). Os cenários da agroeconomia são abrangentes, complexos e exigentes nesse país continental, e permitindo criar, plantar, abastecer e exportar praticamente o ano inteiro.
A escolaridade afeta a adoção de inovações, mas não impede que boas práticas sejam adotadas numa perspectiva de tempo nos estabelecimentos agropecuários de Minas Gerais e do Brasil, e contabilizando milhões de produtores rurais.
E mais, apesar dos avanços havidos e por haver nas tecnologias de informação continua sendo preciso “exorcizar”, no que couber, os eventuais poderes mágicos conferidos às inovações tecnológicas e sempre avaliando que o empreendedor rural é o principal agente dessas mudanças propostas em seus domínios nas artes de plantar, criar, vender, comprar exportar, preservar, conservar, e também atender às leis ambientais vigentes.
Inovar exige lucratividade, presumindo sucesso, novos conhecimentos, boas práticas, capacitação, saber lidar com as inovações, emergindo a necessidade de outras habilidades humanas, mentais e práticas, que não somente acessos aos dados virtuais. Noutros cenários, igualmente estratégicos, avançando na assistência técnica, extensão rural, integrando a pesquisa e desenvolvimento e decifrando-se os mercados pendulares!
Embora a ciência deva servir à sociedade, sem exclusões, pode-se aceitar que os grandes empresários do agronegócio acessam um considerável mundo de pesquisas, dados e informações turbinados pela magnitude de seus investimentos, riscos consideráveis, e alinhados às exigências sustentáveis de seus negócios agrícolas, pecuários e florestais.
Contudo, pesquisas de Alves, Souza e Marra (Embrapa), e com base no Censo Agropecuário de 2006, quando o salário mínimo era de R$ 300,00/mês, à época, que apenas 27.036 estabelecimentos rurais (0,62% de 4,4 milhões de estabelecimentos recenseados), e tendo uma classe de renda superior a 200 salários mínimos mensais responderam por 51,19% da renda bruta em 2006; renda ruralconcentrada num universo reduzido de propriedades agropecuárias!
Quais seriam as presumíveis consequências econômicas, logísticas, sociais e até ambientais? A oferta de grãos (BR) caminharia basicamente para o Centro-Oeste (MT+MS+GO+DF)? Na safra 23/24, o Centro-Oeste ofertou 159,27 milhões de toneladas de grãos ou 53,74% do total de 297,85 milhões (Conab).
Além disso, seria presumível que o Brasil colheria entre 300-400 milhões de toneladas de grãos até 2030, entretanto, 90% desses cultivos ainda dependem diretamente das chuvas. Relembre-se que é crescente o consumo aparente de fertilizantes ao passar de 1,9 milhão de toneladas em 1975 para 45,0 milhões em 2023/24 (estimativa) ou + 2.268%. A excessiva dependência por fertilizantes externos é um risco considerável para o Brasil/produtores rurais. Safra 24/25, 322,4 milhões de toneladas (Conab-1º Levant.). Assim posto, as plataformas digitais na agropecuária, estratégica, serão aperfeiçoadas numa perspectiva de tempo e servindo para orientar os formuladores de políticas públicas; estimulando o crédito rural assistido; extensão rural; demandando mais pesquisas; reduzindo custos; aperfeiçoando os processos de gestão para bons resultados; agregando sustentabilidades; definindopadrões de qualidade e não apenas qualidade dos produtos, conectando mercados; e capacitando os agentes de mudanças que contribuem à tomada de decisão nos cenários rurais. Sem dúvida alguma; o mundo na ponta dos dedos!
O mercado mundial de bioinsumos deve movimentar anualmente US$ 45 bilhões até 2032. Uma longa jornada neste século XXI, com seus desafios internos, mundiais, oportunidades, bem como bem-estar social = qualidade de vida no campo. Não há tempo a perder!
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