Por Benjamin Salles Duarte, engenheiro agrônomo |||||
A difusão de novos conhecimentos e práticas na agropecuária, como processo de mudanças socioeconômicas, abrange todas as regiões produtoras do Brasil, que passa por Minas Gerais, e implica também num conjunto de múltiplos fatores conjunturais nos cenários de campo que fundamentam a tomada de decisão dos produtores nas culturas e criações.
Alinham-se dezenas de fatores associados, entre os quais mais acessos aos mercados interno e externo, pesquisa, propensão ao risco, experiências vividas, complexidades da inovação, níveis educacionais, disponibilidade de vários insumos agropecuários, lucratividade, mão-de-obra capacitada, fator uso da terra, gestão como prática recorrente, sustentabilidade dos recursos naturais, agricultura irrigada ou de sequeiro, fatores climáticos, e gestão das bacias hidrográficas rurais; as grandes áreas coletoras de chuvas e cenários das biodiversidades!
Portanto, pode-se presumir que a prática da “transferência de tecnologias“ não envolve apenas produtos ou inovações gerados pelas instituições existentes dedicadas à pesquisa agropecuária, sendo elas indispensáveis, mas se difundem num considerável universo para muito além dos pacotes tecnológicos e alinhados à eficiente assistência técnica, extensão rural, aos Centros de “Ciências Agrárias,” e outros sistemas de apoios e conectados com os produtores rurais e suas organizações!
Evidentemente que o Brasil nos últimos 50 anos se tornou uma potência mundial no agronegócio e conquistou mais 170 novos mercados externos, e um dos pilares foi e será a Ciência & Tecnologia, que deve ser compartilhada com quem planta e cria e atuam nos 5,074 milhões de propriedades que englobam os agricultores familiares, arrendatários, médios produtores e grandes empresário, e onde couber orientações agroindustriais.
Segundo o cientista Everett Rogers (EUA), no seu emblemático livro “Difusão de Inovação” (1962), são esses os seis estágios desse processo renovado de mudanças; Conhecimento + Persuasão + Decisão + Implementação + Confirmação + Adoção, mas poderia haver rejeição de parte ou no todo da inovação; adotar ou rejeitar sugere mais pesquisas! A adoção é muito mais fácil explicar do que exatamente arejeição e suas motivações.
Everett Rogers também segmentou os públicos-alvo estimados em percentuais na curva de adoção acumulada ou seja; Inovadores (2,5%); Primeiros Seguidores (13,5%); Maioria Inicial (34%); Maioria Tardia (34%); Retardatários (16%) = 100%, e ao descrever suas condicionantes econômicas, educacionais e sociais na década de 1960; visão de sistemas e não produtos!
Entretanto, esses percentuais não são necessariamente cálculos matemáticos, mas emergem das probabilidades em função de centenas de condicionantes que atuam na economia rural, dentro e fora da porteira da fazenda, e aplicando-as aos mercados, grãos, fibras, biomassa, produtos florestais, café, frutas, hortaliças, carnes, leite e noutras ofertas do agro MG/BR!
Para se ter uma ideia simplificada, a safra de grãos 23/24 foi fundamentada em 78,5 milhões de hectares cultivados no país ou uma área 1,33 vezes maior do que Minas Gerais, o que requer e determinam sistemas mais eficientes de comunicação diária nos cenários rurais, embora já se somam substantivos avanços na difusão de novos conhecimentos na agropecuária e no setor florestal com boas práticas sustentáveis!
O conceito de agronegócio foi formulado pelos pesquisadores John Davis e Ray Goldberg (Harvard-EUA-1957). No Brasil, década de 1980, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag-SP) foi criada pelo engenheiro agrônomo Ney Araújo, formado em Viçosa! Safra 24/25, 322,4 milhões de toneladas (Conab/1º Levantamento).