Milho: estratégias para alta produtividade e qualidade da forragem

O milho é uma das principais culturas utilizadas na alimentação de bovinos leiteiros no Brasil, seja na forma de grãos, silagem ou mesmo como parte de dietas balanceadas. Por apresentar elevada produtividade e excelente valor nutritivo, o milho se consolidou como a base alimentar em muitas propriedades que buscam aumentar a eficiência produtiva do rebanho. No entanto, para que a cultura atinja o seu potencial, é fundamental planejar corretamente o plantio, respeitando o calendário agrícola da região e adotando práticas de manejo adequadas.
O período ideal para o plantio do milho destinado à alimentação animal está diretamente associado ao início do período chuvoso, geralmente entre outubro e dezembro na maior parte do país. Entretanto, em algumas regiões onde há possibilidade de irrigação ou regimes de chuvas diferentes, o plantio pode ser realizado em épocas alternativas, garantindo colheita em janelas estratégicas. Essa flexibilidade permite que o produtor organize o fornecimento de silagem ao longo do ano, evitando períodos de escassez.
Na escolha da cultivar, é importante optar por híbridos adaptados às condições climáticas locais e que apresentem características desejáveis para a nutrição animal, como alta produção de massa verde, boa digestibilidade da fibra e adequado teor de grãos. Existem híbridos específicos para silagem, que priorizam volume e qualidade da forragem, e outros para produção de grãos, que podem ser utilizados em dietas concentradas. A decisão deve ser feita com base no sistema de produção da fazenda e na orientação técnica de um agrônomo ou zootecnista.
O preparo adequado do solo é um dos fatores determinantes para o sucesso da lavoura. A análise química do solo deve ser realizada com antecedência, permitindo as correções necessárias de acidez e fertilidade. A adubação deve atender tanto às necessidades da planta quanto ao objetivo de produção, sendo comum o uso de doses mais elevadas de nitrogênio para estimular o crescimento vegetativo em lavouras destinadas à silagem. Além disso, a utilização de práticas de conservação, como o plantio direto e a rotação de culturas, contribui para a manutenção da saúde do solo e o aumento da produtividade ao longo dos anos.
Outro aspecto fundamental é a definição da densidade de semeadura e do espaçamento entre linhas. Para a produção de silagem, busca-se maior população de plantas, promovendo maior volume de massa verde, enquanto para a produção de grãos, a densidade pode ser ajustada de forma a garantir o enchimento adequado das espigas. O controle de plantas daninhas, pragas e doenças deve ser feito de forma preventiva e estratégica, pois qualquer estresse pode comprometer o desenvolvimento do milho e, consequentemente, a qualidade da alimentação fornecida ao gado.
O momento da colheita também é decisivo. Para silagem, recomenda-se colher o milho quando os grãos atingem o estágio de farináceo-duro, normalmente entre 30% e 35% de matéria seca. Nessa fase, há equilíbrio entre a produção de grãos e o valor nutritivo da parte vegetativa, resultando em uma forragem de alta qualidade. Uma colheita antecipada reduz a concentração energética, enquanto o atraso compromete a digestibilidade da fibra.
Além disso, o processo de ensilagem deve ser conduzido com rigor técnico, assegurando a compactação adequada do material no silo e a vedação correta para evitar perdas. A qualidade final da silagem impacta diretamente na produção de leite, já que representa a base alimentar em muitos sistemas intensivos.
O sucesso do plantio de milho depende de uma série de fatores interligados: escolha correta da época, definição da cultivar, preparo e manejo do solo, densidade de plantio, manejo fitossanitário e, por fim, colheita e conservação adequadas. O produtor que investe nesse planejamento garante não apenas maior produtividade, mas também regularidade no fornecimento de alimento de qualidade ao rebanho, traduzindo-se em maior eficiência e rentabilidade na produção de leite.

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