O CAR equilibra a produção de alimentos com a conservação das áreas protegidas

Por Waldenia de Almeida, administradora, e Claudio Viana, zootecnistas |||||

A regulamentação ambiental e fundiária para pequenos produtores rurais desempenha um papel fundamental no desenvolvimento sustentável da agricultura. O objetivo é equilibrar a produção de alimentos e a conservação ambiental. No Brasil, o principal marco regulatório é o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), que estabelece diretrizes para a preservação da vegetação nativa, a manutenção de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais, além de definir regras para o uso sustentável do solo. Visa garantir que a expansão agrícola ocorra sem prejudicar o equilíbrio ecológico.

Para os agricultores familiares, que compõem uma parte significativa dos pequenos produtores, as exigências do Código Florestal podem ser mais flexíveis em certos aspectos. A recuperação de áreas degradadas e a manutenção de reservas legais, por exemplo, são adaptadas à realidade dos pequenos proprietários, que, em geral, possuem menos recursos financeiros e terras de menor extensão. Essas medidas visam aliviar o impacto econômico das regulamentações sem comprometer a proteção ambiental, reconhecendo a capacidade limitada de investimento desses produtores.

Um instrumento central no processo de regularização ambiental é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que tem como finalidade mapear o uso do solo e monitorar a conservação das áreas protegidas. O CAR obriga todos os proprietários e posseiros rurais a inscreverem suas propriedades no sistema, facilitando a fiscalização e a regularização ambiental das terras. Para os pequenos produtores, o CAR oferece algumas vantagens, como a possibilidade de recuperar áreas degradadas de forma gradual, com apoio técnico e financeiro de programas do governo. Isso torna o processo de adequação mais acessível e menos oneroso, ao mesmo tempo que promove a sustentabilidade ambiental. Além das regulamentações ambientais, as questões fundiárias são de grande importância para os pequenos produtores.

A regularização fundiária busca garantir a posse legal da terra, proporcionando segurança jurídica para que os agricultores familiares possam desenvolver suas atividades sem o risco de perderem suas propriedades. Programas como o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) e o Programa Terra Legal são iniciativas que visam facilitar o acesso dos pequenos produtores à posse formal da terra e ao crédito rural, contribuindo para o aumento da produtividade e da estabilidade econômica dessas famílias.

A regulamentação fundiária e ambiental, portanto, trabalham de forma integrada, com o objetivo de garantir que a produção agrícola seja conduzida de maneira sustentável e em harmonia com os recursos naturais. No entanto, os desafios são significativos, especialmente no que diz respeito ao acesso à informação e ao apoio técnico adequados aos pequenos produtores.

Muitos agricultores familiares ainda enfrentam dificuldades para compreender e cumprir as exigências legais, seja por falta de conhecimento ou de infraestrutura. É essencial a implementação de políticas públicas que ofereçam capacitação e apoio técnico aos pequenos produtores. Com o devido suporte, esses agricultores podem não apenas atender às exigências ambientais e fundiárias, mas também melhorar a eficiência de suas produções, sem colocar em risco sua subsistência ou o meio ambiente. A assistência técnica contínua é necessária para garantir que as práticas sustentáveis sejam mantidas ao longo do tempo, contribuindo para o equilíbrio ecológico e o bem-estar das comunidades rurais.

Assim, a regulamentação ambiental e fundiária contribui para o desenvolvimento rural sustentável, ao promover uma agricultura que respeita os limites ambientais e, ao mesmo tempo, garante a justiça social no campo. Ao integrar essas duas dimensões – a preservação do meio ambiente e a segurança jurídica da posse da terra – o Brasil busca promover um modelo de agricultura que beneficie tanto os pequenos produtores quanto o ecossistema, assegurando que as gerações futuras possam continuar a usufruir dos recursos naturais de forma equilibrada.

Mais informações com Waldenia Almeida – WhatsApp 31 99939-5793

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