Otimismo com a safra brasileira de grãos

`Por Benjamin Salles Duarte, engenheiro agrônomo |||||

O 1º Levantamento da Conab, numa série de 12 até setembro de 2025, estima a safra 24/25 em 322,4 milhões de toneladas de grãos (+8,3%), com relação à de 23/24 fechada em 297,8 milhões de toneladas.
A área total de cultivos das lavouras passou de 79,8 milhões de hectares para 81,3 milhões (+1,8%) ou 1,5 milhão de hectares, o que representa 9,5% do território brasileiro com suas vocações diversas, inclusive climáticas, para plantar, criar, abastecer e exportar; entretanto, o desempenho dos grãos está também atrelado às chuvas, que presumo em 90%, e conectado à agricultura irrigada.

Aliás, não prevalece nenhum evento isolado no agronegócio mineiro e brasileiro num sistema sinérgico e complexo de demandas e ofertas!

Nas safras que se sucedem se associam variáveis ligadas às políticas públicas, mercados, adoções de tecnologias no campo, assistência técnica, extensão rural, gestão para resultados, insumos, transportes, sistemas de armazenagem, crédito rural, controle rigoroso das pragas e doenças, lucratividade, mão-de-obra capacitada principalmente na agricultura familiar! Na safra de grãos 24/25, a distribuição regional ressalta essa ampla configuração no território brasileiro; Norte, com 19,6 milhões de toneladas (+4,5%); Nordeste, 29,8 milhões (+5,7%); Centro-Oeste, 159,2 milhões (+10,4%); Sudeste, 27,9 milhões (+11,5%); Sul, com 85,6 milhões de toneladas (+5,2%). Centro-Oeste (MS+MT+GO+DF), 159,2 milhões de toneladas = 49,3% do total/BR, sendo que o MT, isolando-o no Centro-Oeste, oferta 61% dos grãos daquela região na safra 24/25.

Na região Sudeste (MG+SP+RJ+ES), com previsão de 27,9 milhões de toneladas de grãos, destaca-se MG com 17,2 milhões (+7,2%) ou 61,6% desse total numa área de plantios de 4,2 milhões de hectares ou 7,1% de MG. Os grãos são essenciais à alimentação humana, segurança alimentar, aos rebanhos de pequenos e grandes animais, às agroindústrias e logísticas operacionais ligadas ao comércio por vias internas nos 853 municípios mineiros e noutros 5.570 disseminados nesse país continental (IBGE).

Pode-se depreender, sem muito esforço dedutivo, que os ganhos sequentes e históricos de produção, produtividade e qualidade nas culturas e criações implicam em recursos financeiros substantivos e assegurados para alavancar o mundo acadêmico das Ciências Agrárias e saberes afins! Na safra 22/23 (BR), o uso dos bioinsumos foi de 55% destinados à cultura da soja; 27%, milho; 12% cana-de-açúcar; e os restantes 6% no algodão + café + citrus + horticultura; em 23/24, o comércio de bioinsumos movimentou R$ 5 bilhões (Google). A soja + milho = 88,6% de 322,4 milhões de toneladas, safra 24/25. O milho é cultivado em 5.319 municípios(BR/IBGE).

A geração continuada de inovações tecnológicas acessíveis para milhões de agricultores familiares e médios produtores e sejam transformadas em boas práticas sustentáveis passam e somam-se aos grandes empresários atuantes e indispensáveis à agroeconomia do Brasil.

Em 2024, 28,6 milhões de pessoas estão ocupadas no agronegócio brasileiro e o PIB/Agro/BR deste ano poderá atingir R$ 2,45 trilhões em dezembro de 2024, a preços correntes (Cepea/USP).

Entre janeiro e setembro de 2024, as exportações do agro mineiro foram de US$ 12,4 bilhões e superávit de US$ 11,4 bilhões; as exportações totais de MG somaram US$ 31,5 bilhões e saldo de US$ 19,1 bilhões, sendo US$ 11,4 bilhões do agro mineiro ou 59,6% do superávit total do Estado, segundo a Seapa-MG. O agro/BR deverá gerar um saldo externo de US$ 79,8 bilhões em 2024 (FGV).

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