Cagaita e mangaba, tá caindo…

Por Ti Rei (Reinaldo Pessoa) |||||

Cavalgante chegou montado em égua alazã, se fosse mula seria ruãna. Saudou a turma que selava seus respectivos animais. Na regra de costume, entrou logo no assunto de interessantes casos, prosa bem dosada sem abusos, o que convinha há uns companheiros que estão há 2 dias e 2 noites juntos.

Em cada cavalgada recebemos a oportunidade de recomeçar… Então aproveitar e agarrar essa oportunidade, ser feliz nunca é tarde. Manter confiante nas decisões. É nas lutas internas que vencemos as melhores batalhas.

Todos já montados, após as costumeiras orações, partimos levantando por entre os cascos ligeiros uma fina poeira.

Sempre em frente e avante, atravessamos o cerrado do Olinto, entrando trilha adentro. Eu já tinha ouvido que Cagaitera não joga o fruto na poeira. Mas ali estava acontecendo. Tinha cagaita no chão antes das chuvas.

Agora a passo, verificando do outro lado da cerca de arame farpado, muita mangaba. No chão, maiores, médias e menores. O tempo quente adiantou o tempo dos frutos. Escolhendo as que estavam na sombra, experimentei. Aprovado, estavam doces como a vida. O John não gostou. Disse que prefere melancia.

Seguindo em frente, atento de olhos arregalados adiante e na retaguarda, pra não distanciar dos companheiros. Era o certo. A turma de trás carece ser vigiada.

A descida do Val surgiu à frente. Desceram por entre as assombreadas bandas da cava tortuosa da trilha, poeira fina no muito pisar do gado do Helinho, pra saciar a sede nas águas do rio.

Devagar e com muito zelo, a égua tateou, pisando na areia que beirava a margem do rio, na crôa que formava na seca, com menos água. Os animais meio que ofegantes saborearam as águas claras do rio. Lugar seguro esse hum, não restava dúvida.

O tempo de Deus é diferente do nosso, mas certamente é o mais perfeito. Travessia do rio, perigosas armadilhas, as águas em eternas andanças. Correndo os olhos pelas árvores nas margens disse: “Aquela gameleira vai ser o marco. O rio desce da direita para a esquerda. Vamos entrar com os animais na água, andar uns 13 metros para a direita até a gameleira. Ali entramos em direção ao lado de lá. Temos que direcionar no rumo do angico branco lá do outro lado, alguns metro para cima. A agua nos empurra para baixo, sempre. Bora lá.” Senhor Bom Jesus toma conta. Com cuidado saímos do outro lado, o sossego, a surpresa não atravessou o rio, as éguas que estavam em fartas pastagens na beira do rio vieram curiosas nos recepcionar.

O vento que vinha forte das bandas do oeste trazia alivio para os animais e aos cavalgantes. Mas, além do refresco veio junto cisco nos olhos semiabertos, e o redemoinho aos poucos foi indo embora.

Chegamos. Tropa lavada e solta para merecido descanso. Verificado o lombo, selas da selaria Sete não causam machucadura.

Bora que a votação é até as 17 horas. Temos o direito de votar. Política é feita com sabedoria, conversa e entrosamento. Arrogância, maldade não combinam com boa gestão e governança.

Com capricho procurando fazer o melhor com as condições que temos.

Vou cavalgando, pedaços de mim vou deixando…

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Respostas de 2

  1. Ti Rei este momento de leitura,que você nós proporciona mim faz refletir,que as melhores coisas da vida são encontradas nos instantes mais simples. E através da sua sabedoria,aprendi que a vida foi feita para ser apreciada em seus detalhes e instantes,e que a mãe natureza renova qualquer energia.muito obrigado 🫂

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