Minas lidera a produção de morango

Por Benjamin Salles Duarte, engenheiro agrônomo |||||

A fruticultura mineira é muito diversificada e deriva das vocações regionais para produzir e ofertar frutas em todas as regiões do estado e ocupa uma área total de cultivos de 148,9 mil hectares, apenas 0,25% do território mineiro, e gera estimativamente entre 500-600 mil empregos diretos e indiretos. Em 2022, 4 milhões de toneladas de frutas, sendo 80% ofertados pela agricultura familiar. O Brasil é o 3º maior produtor mundial de frutas, com 44 milhões de toneladas em 2022, e MG é o 4º produtor nacional.

A oferta de morango somou 160,79 mil toneladas durante o ciclo produtivo, que oferece várias colheitas, no valor de R$ 1,28 bilhão em níveis de produtores e revela uma média estadual de 48,5 mil quilos por hectare, portanto, ganhos de produtividade e qualidade numa série histórica.

Porém, emerge um outro dado indispensável se considerar que 1 hectare com morango demanda em média R$150 mil ou investimentos avaliados em R$ 494,85 milhões noplantio de 3.299 hectares (2022/0,005%/Estado), o que fez circular nas economias regionais R$ 1,77 bilhão entre o valor bruto da produção e os custos operacionais.

Não se consideram apenas lucros e perdas, mas a geração de empregos, renda e demanda por pesquisas, insumos, assistência técnica e extensão rural, além de outras instituições privadas que compartilham inovações e boas práticas no campo com os produtores rurais! Segundo o engº agrº Deny Sanábio (MS), coordenador estadual de Fruticultura da Emater-MG, o morango é uma espécie frutícola muito exigente em mão de obra capacitada, desde a multiplicação por mudas, sendo que ainda são importadas (Chile + Espanha + Argentina), bem como determina eficientes tratos culturais, colheita, seleção, embalagens, transporte, consumo in natura e agro industrializado; sucos, geleias, biscoitos, waffer, tortas, shakes, gelatinas, compotas, bolos, sorvetes, polpas, congelados e exportações, etc.

Além disso, dados da Emater-MG revelam um cenário de 9 mil produtores de morango, sendo que 95% deles são da agricultura familiar. E mais, os cinco municípios maiores produtores são; Espírito Santo do Dourado, com 36,8 mil toneladas; Bom Repouso, 31,6 mil; Estiva, 19,2 mil; Senador Amaral, 16,5 mil; e Pouso Alegre, com 15,0 mil toneladas, que reúnem 119,1 mil toneladas ou 71,1% do total mineiro. No estado são gerados 19,8 mil empregos diretos e indiretos em 3.299 hectares cultivados com morango. A oferta de morango orgânico aumenta/MG.

De acordo com as informações de Sanábio, com base em dados oficiais, em 2021, último dado, a produção mundial foi de 9,12 milhões de toneladas e os cinco maiores países produtores foram; China, com 3,38 milhões de toneladas; EUA, 1,21 milhão; Turquia, 669,1 mil; México, 542,8 mil; e Egito, com 470,9 mil toneladas, sendo o Brasil lugar e oferta de 197 mil toneladas, e somam 81,7% do total mundial (FAO). Esses dados podem sofrer correções!

Em Minas Gerais, a evolução da cultura do morango é histórica e relatos registram; ”0 morango iniciou sua trajetória de sucesso nos campos de Minas em 1958, quando produtores de hortaliças da comunidade de Ribeirão das Pedras, no município de Estiva, Sul de Minas, plantaram as primeiras mudas que trouxeram de São Paulo; esse pioneirismo é atribuído ao produtor Nivaldo dos Santos.” Em 2010, a produção mineira de morango foi de 72,7 mil toneladas contra 160,79 mil em 2022 ou mais 121,1%%. Mercados e inovações explicam esses ganhos.

Fruticultores de 62 municípios mineiros se dedicam à sua cultura; somente a muda responde por 60% dos custos de produção, e existe farta literatura de pesquisas sobre o morango em Minas Gerais e no Brasil, inclusive através da Epamig/Embrapa/Ufla, e demais “Centros de Excelência.”

Com os avanços das pesquisas e a adoção de boas práticas numa perspectiva de tempo emergem também uma ampla diversidade de variedades de morangos adaptadas às diferentes regiões produtoras. Em 2022, a Ceasa Grande BH negociou 5,92 mil toneladas de morango e sem considerar outras Ceasas em MG; a Acar/Emater-MG atua nessa cultura desde a década de 1960!

Sem outros detalhamentos exaustivos, para os plantios de morango de inverno destacam-se Minas Gerais, São Paulo e Norte do Paraná; e os de verão o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sul do Paraná.

Minas participa também da “Rede Morangos do Brasil,” que visa integrar esforços entre os agentes que atuam no sistema cultura do morango nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina. Deny reforça que essa cultura “envolve alto custo e risco, e requer mercado e adoção tecnologia de ponta do campo a mesa do consumidor.” Pesquisas paleobotânicas acharam sementes de morangos silvestres em sítios arqueológicos datados de 10.000 a 6.000 a.C, no centro e norte da Europa (Google).

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