Minas lidera a agroeconomia leiteira

Por Benjamin Salles Duarte, engenheiro agrônomo |||||

As relações humanas com os rebanhos de pequenos e grandes animais datam de milênios nesse caminhar da humanidade em todos os continentes da Terra e estão documentadas através de pesquisas no vasto e complexo mundo da Ciência & Tecnologia, e pelos historiadores!

E mais, a pecuária leiteira abrange ampla diversidade de raças, cruzamentos, melhoramentos genéticos, ganhos de produtividade nos estabelecimentos agropecuários, saúde animal, e cujos saberes e boas práticas compartilhadas emergem das universidades e escolas mineiras ligadas ao campo, bem como das pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Gado de Leite, ILPF, Epamig, Veterinária da UFMG, Ufla, UFU, UFViçosa, Fapemig, UFSJ, ABCZ, ABCGIL, Univale, Unimontes, Uniformiga, entre outras. O acesso à inovação é indissociável da tomada decisão no campo!

No Brasil, segundo pesquisadores e historiadores numa considerável abordagem sobre esses e outros cenários; “Os primeiros bovinos foram introduzidos na Capitania de São Vicente (São Paulo) em 1534 e enviados de Portugal por Dona Ana Pimentel, esposa e procuradora de Martins Afonso de Sousa.

Em 1535, Duarte Coelho introduziu os bovinos em Pernambuco, sendo que sua expansão pelo país deriva de seus recursos naturais e demandas dos donatários das “Capitanias Hereditárias.” (Unesp). Além disso, dados do IBGE (Set/23) revelam que o rebanho bovino brasileiro cresceu de 209,5 milhões de cabeças em 2010 para 234,3 milhões em 2023, e o de Minas Gerais, no mesmo período, de 22,7 milhões de cabeças para 23 milhões.

No Brasil, os cinco primeiros rebanhos bovinos estão assim distribuídos; 34 milhões de cabeças (MT); 25 milhões; milhões (PA); 23,7 milhões (GO); 23 milhões (MG); e 18,9 milhões de cabeças (MS)(IBGE). Minas Gerais lidera produção de leite e seus derivados com 9,4 bilhões de litros em 2023, e 3,0 milhões de vacas ordenhadas.

Os cinco primeiros lugares na distribuição regional de vacas ordenhadas foram; Patos de Minas, com 412 mil; Juiz de Fora, 353 mil; Divinópolis, 341 mil; Teófilo Otoni, 306 mil; e Varginha, com 237 mil.

E mais, cinco maiores rebanhos bovinos municipais estão assim classificados; Prata, com 397,7 mil cabeças; Campina Verde, 347,9 mil; Santa Vitória, 297,0 mil; Unaí, 274,4 mil, e Carlos Chagas, com 237,9 mil.

Além disso (2023), podem-se destacar as três regiões com os maiores rebanhos de vacas ordenhadas; Patos de Minas, 45,6 mil; Lagoa Formosa, 29,6 mil; Unaí, 28,2 mil; e os cinco municípios maiores produtores de leite; Patos de Minas, com 211,1 milhões de litros; Patrocínio, 144,4 milhões; Lagoa Formosa, 134,41 milhões; Coromandel, 126,48 milhões; e Carmo do Paranaíba, 111,78 milhões de litros.

Noutras convergências e somando esforços públicos e não governamentais, extensão rural, pesquisa, crédito, as regiões mineiras certificadas e produtoras do Queijo Minas Artesanal (QMA) são; Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serra da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro.

Em 2023, estima-se a produção de QMA nessas regiões em 40 mil toneladas no valor de R$ 2 bilhões, em níveis de produtores rurais, predominando familiares, e ofertando 50 mil empregos diretos e indiretos (Emater-MG/Agência Minas).

A certificação do QMA passa pelo aval do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA/Seapa). Noutras convergências, as regiões produtoras de Queijos Artesanais classificados como de outros modos de fazer são: Alagoa, Mantiqueira de Minas, Serra Geral, Oeste de Minas e Vales do Jequitinhonha, Suaçuí e Mucuri.

Entre outras regiões mineiras, as cinco maiores ofertas de leite em 2023; Alto Paranaíba/TM, 2,33 bilhões de litros; Sul/Sudoeste, 1,56 bilhão; Zona da Mata, 823,99 milhões; Oeste de Minas, 785,31 milhões; e Vale do Rio Doce, com 773,85 milhões de litros = 6,37 bilhões de litros = 67,8% do total de 9,4 bilhões de litros; Brasil, 35,4 bilhões(IBGE).

A produtividade média do rebanho mineiro passou de 1.591 litros/vaca/ano em 2013 para 3.094 litros em 2023 (+94,4%). Tecnologia explica! Minas Gerais registra 711 laticínios, (dado não atualizado), e 67,4% concentrados no Sul de Minas, Zona da Mata, Central e Rio Doce; 301,8 mil propriedades rurais se dedicam à bovinocultura, das quais 216 mil são produtoras de leite (Seapa/Senar/IMA). Estima-se que 1,2 milhão de pessoas se ligam diretamente à atividade leiteira em nível de campo em MG, e o estado responde por 40% da oferta nacional de leite e derivados. O VBP do leite (2023), a preços correntes pagos aos produtores mineiros, somou R$ 21,5 bilhões (IBGE/PPM).

O QMA (MG) é elaborado com leite crú, com normas técnicas definidas, e não pasteurizado, sendo considerado o “7º Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade,” bem como seus modo de fazer, concedido pela Unesco à Minas Gerais. O QMA remonta ao século XVIII em MG.

A logística do sistema leite + derivados é complexa nas suas ofertas e demandas, desde o campo à mesa do consumidor, e opera nos 365 dias do ano; mas, as culturas se praticam em ciclos mais curtos de tempo no calendário agrícola de grãos, portanto, a exigir tecnologias e gestões diferenciadas das pecuárias de leite e corte!

Segundo a Silemg, 2023, sob inspeção foram produzidas 400 mil toneladas de queijos industrializados em Minas Gerais, dos quais 65% comercializados em outros estados brasileiros. Ressalte-se também a existência da Associação Mineira dos Produtores de Queijos Artesanais (Amiqueijo) e do Centro de Referência do Queijo Artesanal (CRQA), espaço cultural e gastronômico no Bairro Olhos D’Água (BH). MG é produtor de tilápia do Brasil (45 mi/ton/23).

O Grupo Piracanjuba (GO) está investindo R$ 612 milhões numa planta de laticínios em São Jorge D’Oeste, Paraná; e operando em Governador Valadares, Curvelo e Iraí de Minas (Google). Engº agrº Benjamin Salles Duarte. 02/25.

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