Comunicação rural nos processos de mudanças

Por Benjamin Salles Duarte, agrônomo

Pode-se aceitar que o mundo nunca foi o mesmo, desde a formatação do globo terrestre há 4,5 bilhões de anos, e que as forças hercúleas naturais e sinérgicas moldaram e ainda desencadeiam mudanças nas geografias e relevos dos continentes, mares e oceanos da Terra.

A Ciência aceita que o deserto do Saara foi uma floresta verdejante há 21mil anos atrás, e há milhões de anos passados o rio Amazonas desaguava no Pacífico, antes de emergir a cordilheira dos Andes (Peru), e não no Atlântico!

Seria presumível que a única coisa permanente no mundo é a mudança e seja qual for nos cenários econômico, social, ambiental, estrutural, logístico, educativo, tecnológico, climático, geopolítico, geológico, entre outros, bem como avançando nas tecnologias ligadas à difusão de novos conhecimentos e práticas que abrangem a diversidade dos meios e métodos de comunicação nos cenários rurais.

Num considerável horizonte de tempo, medido em milhões de anos, haveria também de emergir a vida humana, animal e vegetal, com seus gêneros e espécies disseminados em seus “habitats” e submetidos às leis naturais, como acontece em todos os processos evolutivos da biodiversidade e suas conectividades entre continentes, mares, oceanos, povos, raças e costumes.

O passado conhecido, presente e futuro são indissociáveis, uma leitura permanente! Depreende-se que num universo de tamanhas complexidades, ofertas e demandas a informação gerada nos “Centros de Excelência” deverá ser transformada em novos conhecimentos pactuados com quem planta, cria, abastece e exporta, sendo consolidados nas boas práticas sustentáveis e lucrativas.

Não seria demais repetir que a agropecuária é a maior fábrica de alimentos do mundo a céu aberto e sem subestimar os alimentos naturais contidos nos mares e oceanos da Terra. Não prevalece nenhum evento isolado num sistema produtivo com desdobramentos associados!

A inovação tecnológica requer que seja adotada e resulte em ganhos de produtividade e qualidade nas culturas e criações e uso planejado dos recursos naturais, finitos, nos estabelecimentos agropecuários familiares, médios e nas grandes empresas do agronegócio, que exigem processos de gestão compartilhada e segundo suas características socioeconômicas, ambientais e operacionais apesar dos consideráveis avanços do agronegócio mineiro e brasileiro.

Além disso, a socialização dos dados fundamenta a tomada de decisão conjuntural dos agentes que atuam nos domínios internos dos estabelecimentos agropecuários e que podem ser disseminados através das logísticas dos meios e métodos de comunicação rural, entre os quais; assistência técnica, seminários, extensão rural, boletins de safras agrícolas recorrentes, concursos de produtividade, dias de campo, Semana do Fazendeiro (UFViçosa-1929).

Acrescentem-se eventos e semanas promovidos através dos sistemas de pesquisa agropecuária e Ciências Agrárias, universidades, e na capacitação da mão de obra. E mais, somam-se também as dissertações de mestrado, teses de doutorado, plataformas digitais, programas de televisão, internet rural, jornais e revistas eletrônicos, exposições agropecuárias, demonstrações de resultados.

E mais, análises sobre os mercados interno e externo, clima e meteorologia essenciais à agricultura, folhetos sobre culturas e criações, gestão dos recursos hídricos, saúde animal, agroindústria familiar e urbana, segurança alimentar, nanotecnologias, plantio direto, biodefensivos, bioinsumos, controle mais eficiente de pragas e doenças, avanços genéticos, agricultura irrigada, que refletem o agro MG/BR.

Nesses cenários, somam-se os papéis estratégicos dos produtores rurais e atores nos sistemas econômicos, sociais e ligados aos recursos naturais e integrados na sociedade urbana e nos mercados consumidores. O urbano e o rural são indissociáveis e sinérgicos; segundo o IBGE/2022, a população urbana (BR) soma 87,4%.

Em 2023, 464 milhões de dispositivos (computador + celular + notebook + tabletes + smartphones) estavam em uso no Brasil (FGVcia). Entre 193 países, o Brasil é o país com maior quantidade de usuários de smartphones no ranking mundial depois da Indonésia, EUA, Índia e China. A internet fixa e móvel supera as barreiras geográficas entre municípios, estados, União e Mundo!

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