Carnaval é na Lua Nova

Com o passar dos anos aproxima um silencio que não é a ausência de ruídos. acho que é a transição muito suave entre o que fomos e o que nos tornamos. Viver não é apenas envelhecer, mas sim multiplicar experiência, colecionar momentos que merecem ser guardados na memória.

Familiares e um grupo de amigos chegaram pra aproveitar o feriado prolongado de Carnaval aqui na roça. Que Bom. Certo momento eu peguei um LP e coloquei na radiola. Na quarta musica a minha neta perguntou: “Que isto Vovô?”. Falei: “São relíquias!” E que saudades dos nossos bailes de carnaval no Iporanga Social Clube. “A turma do funil”, “Me dá um dinheiro ai”, “Bandeira Branca”, “Saca Rolha”…

Manuela, Lys, Téo, Helena, assombrados: “Isso é música de Carnaval?” Mas como tenho jeito com as crianças, tocou mais, “Marcha do remador”, “Quem sabe, sabe”, “Daqui não saio”, “Jardineira”, “Máscara Negra”, “Mulatas”, “Cachaça.” A amiga Janir ia adorar. A Helena, com 3 anos falou: “Tô entediada”. Manuela pediu: “Mamãe, baixa música de carnaval para vovô ouvir”. Descer lá pra BC. Agradei. As outras: “Desenrola, bate joga de ladinho”, “Zona de perigo”, “Vai no cavalinho”. “Pão de queijo”, “Perna bamba”, estranhei. É assim, a lua está sempre no céu para nos lembrar que tudo é uma fase.

São felizes aqueles que sabem deixar uma boa marca na alma dos outros. Hora de esquecer os problemas, descansar o corpo, deixar a alma livre pra sonhar. Vamos em frente vivendo, conseguindo ser, enquanto o tempo nos deixa estar por aqui. O mês de fevereiro entregou seco. Choveu 8 mm dia 2 de fevereiro, no domingo, não mais.

Como eu já disse, tenho alguns animais por um sonho pessoal. Monto de 4 a 5 dias na semana, na lida com o gado branco. Faço algumas cavalgadas durante o ano, ficando 8 dias e 8 noites nas belas trilhas cavalgando. Algumas éguas estavam em piquetes próximo à varanda. E ficou acertado, apesar do calor, fazerem uma cavalgada no final da tarde.

É chegada a hora da cavalgada. Alguns a procura de botinas, botas, chapéus, ou um boné. Nos currais aquela serviçama prazerosa de escolher, encabrestar, raspar, decidir qual a embocadura correta para cada animal, colocar a manta protetora de lombo, e a sela colocada com cuidado em cima do animal. Na TV a notícia, o Brasil conquista o Oscar inédito: melhor filme internacional, “Ainda estou aqui”.

Me disseram: “Você segue reto toda a vida”. Escuta só pra você ver. Não vi nem o cheiro. Não podemos exigir que os outros sejam como queremos, se nem nós somos. É bom quando percebemos que nossa contribuição não está no presente imediato, mas nas pegadas deixadas nos corações e almas ao longo das trilhas cavalgadas.

Iara, Welington, Lys, Téo, Rosa, Ana Lucia, Nica, Alemão, Daniel, Michaelly, Helena, Roberta, Marcus Vinicius, Manuela, Matheus Henrique, Milena, Wanderson, Rafaela, Reinaldo Pessoa e Tania Mara, participaram desta. Eu sei, eu estava lá.

Com capricho, correndo aqui e acola, pra fazer o melhor com as condições que temos, vou cavalgando, pedaços de mim vou deixando.

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