Segurança alimentar é desafio no século XXI

Por Benjamin Salles Duarte, engenheiro agrônomo

Os alimentos são fontes de energia e saúde essenciais à vida na sua diversidade e centenas deles, cultivados ou não, foram “domesticados” ao longo de milênios de consumo crescente e ofertas de grãos, cereais, oleaginosas, frutas, hortaliças, leite, carnes, ovos, pescados, entre outros, e numa trajetória dinâmica da Ciência & Tecnologia ao gerar inovações agropecuárias nos cenários nacional e noutros países do globo.

A população mundial passou de 2,5 bilhões de habitantes em 1950 para 8,0 bilhões em 2023 (+220%), no mesmo período o Brasil de 51,9 milhões para 203 milhões habitantes (+291,1%), e Minas Gerais de 7,7 milhões para 20,5 milhões de habitantes (+166,2%)(IBGE/ONU).

Prevalece uma relaçãodireta entre aumento demográfico + pesquisa agropecuária + água + alimentos + consumo de energia, entre outros fatores convergentes à segurança alimentar!

Sabendo-se também que a lógica do mundo natural por suas leis básicas, sinérgicas, deve ser rigorosamente considerada numa perspectiva de tempo nas intervenções humanas em seus domínios nos continentes, mares e oceanos da Terra, e nas múltiplas atividades agropecuárias não poderiam ser diferentes. A descoberta do “Código Genético” abriu novas e consideráveis fronteiras à Ciência & Tecnologia!

Sem exagerar o ser humano seria um operárioda natureza ao exigir-lhe muitos saberes num processo evolutivo, e as culturas e criações são sistemas conectados dentro e fora da porteira da fazenda e submetem-se aos seus respectivos ciclos biológicos e singularidades produtivas.

Entretanto, os fenômenos naturais extremos afetam agroeconomia e a segurança alimentar depende também da distribuição da renda per capita nos domínios da produção e consumo.

E mais, a polêmica tese do alimento barato não tem sustentação, produzir custa muito dinheiro, e a redução dos desperdícios alimentares até à mesa do consumidor tem que considerar as consequências socioeconômicas nos processos produtivos nas paisagens rurais e entender a lógica reversa presumível na direção cidade-campo ao limitar a produção agropecuária. A Lei da Oferta e Procura explicaria esses cenários!

A segurança alimentar, como política pública, não se restringe apenas a Minas Gerais e afeta ainda milhões de brasileiros e deverá considerar a produção brasileira de alimentos. A oferta de grãos passou de 52,4 milhões de toneladas em 1984 para 297,7 milhões em 2024 (+468,1%).

E mais, a oferta de grãos, cereais e oleaginosas é resultante dessas diversas regiões produtoras; Norte; 19,6 milhões de toneladas: Nordeste, 30 milhões; Centro-Oeste, 159,3 milhões; Sudeste (MG+SP+ES+RJ), 27,8 milhões; e Sul, com 85,2 milhões = 297,7 milhões de toneladas (Conab).

Além disso, os cinco maiores Valores Brutos da Produção Agropecuária(BR), a preços correntes e em níveis de produtores rurais, em 2024 são; MT, com R$ 185,17 bilhões; SP, R$ 159,83 bilhões; MG, R$ 147,32 bilhões; PR, R$ 142,22 bilhões; e GO, com R$ 107,81 bilhões. Na safra 23/24/BR, as lavouras somaram 81,3 milhões de hectares ou apenas 9,54% do País.

Os semiáridos mineiro e do Nordeste brasileiro apresentam bons desempenhos na produção e ofertas de alimentos e emerge a fruticultura no Norte de Minas ligada aos mercados, irrigação, boas práticas, luminosidade, bem como oferta 53 mil empregos diretos e indiretos. O Norte de Minas obteve a Indicação Geográfica/INPI e reúne 2.500 fruticultores em 13 municípios.

Devem-se registrar, entre outras instituições públicas e privadas que desenvolvem esforços e somam parcerias naquela região, as presenças da Codesvaf (MIDR), Emater-MG, Epamig, IMA, Abanorte, Unimontes, Embrapa.

Mas, “Ciclo Hidrológico” formado há milhões de anos no planeta Terra segue rigorosamente as leis naturais que são decifradas pela Ciência & Tecnologia ao que se devem acrescentar; nem chuva demais e nem chuva de menos, o suficiente e na hora certa principalmente nas lavouras e na dessedentação dos rebanhos de pequenos e grandes animais!

A água permeia todas as atividades humanas e base sólida da qualidade de vida e bem-estar social no campo e nas cidades Em 2024, as exportações do agro brasileiro foram de US$ 164,3 bilhões e superávit de US$ 145 bilhões; um desempenho brilhante e aliando-se políticas públicas, mercados, crédito rural, agricultores familiares, médios e empresários rurais.

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