Por Ti Rei |||||
Recebi a mensagem. Viver não é apenas fazer 70 anos, mas sim somar experiências, colecionar momentos que merecem ser guardados na memória. E os verdadeiros amigos o vento não leva, a distância não separa e o tempo não consegue apagar. Na mudança de idade faço o tradicional balanço, das boas e não tão boas ações.
Coloquei na balança da vida, até agora, tudo de bom, e tudo de mau, e tudo esquisito que me foi destinado. Oh pcvê, a balança mostrou os pratos equilibrados, assim que coloquei os merecimentos na outra concha. A justiça Divina é assim, precisa, implacável.
Rezei, agradeci, pedi, nesta nova idade de 70 anos, que eu tivesse a felicidade que merecesse.
E mesmo que ninguém veja, procurando fazer o melhor todos os dias. Algumas vezes sorri, algumas vezes chorei, mas são sinais que estou vivendo…
Minha égua solta no quintal do rancho, já de bucho cheio, se fartou da grama chata crescida com as últimas chuvas. Fiz o sinal da cruz, encabrestei a montaria, sela ajeitada, capa no porta capa recém ajeitado na Selaria Sete, o alforje, aquele um, tranquei a porta, coloquei o pé esquerdo no estribo, passei a perna direita sobre a anca gorda da égua, sentei confortável na sela.
As patas firmes escolhiam lugar para apoiar o peso de animal e cavalgante, a marcha suave em frente e avante, pois ela campeã de marcha algumas vezes. Os estribos firmavam as vigorosas pernas. A natureza revolta me preocupa um pouco. Sentia que seria feliz nesta nova idade.
Assim que cheguei, ajeitei tudo, entrei no carro, pois é o carro a melhor maneira de ir e vir de onde estão os cavalos. Na cidade, assim que troquei a muda de roupa, fomos para o local onde estavam amigos, familiares, meus lindos filhos e a mulher amada. E foi em uníssono. Gritaram: “Feliz Aniversário, Ti Rei!”. Foi de deixar o coração bater e disparar.
Final de ano!
Natal!
Dezembro, os comércios das cidades cheios de consumidores procurando o presente marcante dos melhores sentimentos de cada um com o outro, mas é sempre bom lembrar que a intenção deste gesto é que vale. Uma simples manjedoura em um estabulo foi onde ELE escolheu para vir ao mundo, e não um rico palácio, que tinha vários naqueles tempos. Viver bem é conseguir ser enquanto ELE nos deixa estar por aqui.
Cavalgantes, que neste ano que vai indo, cavalgaram numa marcha suave, em frente e avante, pois a vida é um milagre, cavalgar é como ouvir Deus dizer: “Vá, estou com você.” Feliz Natal e prospero ano Novo. Vocês que divertiram lendo esta coluna, as vezes imaginando cavalgar conosco.
Pessoal da revista, do jornal, muito obrigado. E você, já pensou nisso? Mais importante do que ser importante é dar importância a quem se importa com você. De repente, enxerguei a felicidade em coisas como o relincho de um animal, o canto de pássaro, som das àguas, riso de crianças, um aceno de mão, um “oi, como vai”. Eu já sei, ser feliz é simples e é muito bom, eu percebi isso. Não é sobre quem te dá a mão, é sobre quem não solta…
Com capricho, procurando fazer o melhor com as condições que temos, vou cavalgando, pedaços de mim vou deixando.