O emblemático milho na produção de grãos

Por Benjamin Salles Duarte, engenheiro agrônomo |||||

As safras mundiais de grãos continuam crescendo e os mercados demandando mais alimentos por consequência do crescimento demográfico, ganhos no abastecimento interno e nas exportações, melhores índices obtidos de produtividade nas culturas e criações, com fundamento na pesquisa agropecuária e presumível distribuição da renda per capita, que estimula o consumo de produtos in natura e processados.

Torna-se mensurável o crescimento da produção brasileira de milho numa série histórica ( produtor e exportador mundial), e citando-se apenas alguns poucos exemplos de ofertas; safras 2013/14, 80 milhões de toneladas; 2016/17, 97,8 milhões; 2012/2013, 81,5 milhões; 2014/2015, 84 milhões; 2019/2020, 102,5 milhões; 2022/23, 125,5 milhões; 2023/24, 115,7 milhões; e finalmente em 2024/25, 119,8 milhões de toneladas (estimativa).

Comparando 2013/14 com 2024/25, a oferta de milho (BR) deverá aumentar 49,7%; e a produção mundial 24/25 deve somar 1,21 bilhão de toneladas (Conab – 2º Levantamento).

Além disso, fundamentam-se que 60% da produção brasileira se destinam à fabricação de rações para pequenos e grandes animais e 12% abastecem às agroindústrias, e a diferença segue para outros usos e exportações estimadas entre 35-40 milhões de toneladas em 24/25. Em 2023, a produção (BR) de rações animais foi de 86,2 milhões de toneladas (Sindirações). O milho ainda é matéria-prima para bolos, sorvetes, xaropes, cremes, farinhas, dextrose, milho enlatado, cerveja, óleo, corn-flakes, pipoca, maionese, milho verde, canjicas, mingaus, pão, etanol, amido, indústria farmacêutica (presente em 85 tipos diferentes de antibióticos).

Agregam-se também sopas, canjiquinha, fubá, angu, chicletes, geleias, sopas desidratadas, polenta, frutas cristalizadas, corantes, molhos, balas, doces, gomas, plástico biodegradável, salsicha, salame, mortadela, adesivos, fogos de artifício.

Esse grão emblemático é indissociável das ofertas de leite e derivados, ovos, carne suína, aves, corte e postura, carnebovina, e contém ainda vitaminas, sais minerais, açucares, aminoácidos, celulose, fibras digestivas; e está igualmente presente na fundição, mineração, tecelagem, cosméticos, papelão ondulado!

A safra de milho (MG) passou de 3,7 milhões de toneladas em 1990 para 8,3 milhões em 2023 (+124,3%); relembre-se que MG lidera a oferta de leite e derivados e abriga um rebanho de 3,1 milhões de vacas em lactação; os 5 maiores produtores de milho são; Uberaba, Perdizes, São João del Rei, Sacramento e Unaí (Emater-MG-Seapa).

Um breve resumo de sua história

Em 2500 anos a.C, o cultivo do milho se dissemina para muito além da Mesoamérica se tornando o alimento básico de várias civilizações ao longo dos séculos: Olmecas, Maias, Astecas e Incas. Nesse avançar do tempo, em 1492 Colombo chega à América e conhece o milho, principal alimento para todas civilizações do Novo Mundo, da América do Norte à América do Sul, sendo que mais tarde Colombo o leva para a Europa. No Brasil, em 1500 já era cultivado sobretudo pelos índios tupis e guaranis antes do desembarque dos portugueses no Sul da Bahia; em 1587 no “Tratado Descritivo do Brasil” o agricultor e empresário português Gabriel de Souza (Portugal 1540 – Bahia, 1591), escreveu: “este milho se planta entre a mandioca e por entre as canas novas de açúcar.” Consórcio?

Registram-se também que o Império espanhol difundiu seu cultivo na França, Itália, sudeste da Europa e norte da África, e os portugueses foram responsáveis pela difusão do milho no restante do continente africano, Oriente e chegando à China em 1516 e ao Japão em 1775.

Em 1600, a cultura do milho se expande para outras e novas regiões do globo devido àsgrandes navegações. Entre 1650 e 1750, o milho ganha destaque na cultura alimentar colonial na província de São Paulo, onde era considerado o “Pão da terra,” e os bandeirantes também disseminaram a cultura do milho na conquista do vasto território brasileiro a busca de riquezas.

Noutras convergências, entre outras instituições de ensino/ pesquisa sobre o milho (MG) emergem a Embrapa Milho e Sorgo, UFViçosa, Ufla, UFMG, UFSJ; não prevalecerá nenhum evento simples no desempenho do agronegócio (MG/BR) por suas demandas, desdobramentos tecnológicos, econômicos, sociais, ambientais e segurança alimentar; pois, são múltiplos sistemas agro conectados!

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